é com muitiiissimo prazer que me apresento como contribuinte do blog, aceitando o convite feito por meu produtor, chefe, conselheiro e amigo, o sr Victor Montenegro.
a partir de hoje, faço parte do time e posso publicar aqui junto com V. meus aprendizados e gostos sobre musica. e vamos bater um papo!
;D
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Rap - Emicida
Hoje vou falar pouco para o tanto que tenho que comentar sobre esse artista.
Não é segredo para ninguém que como músico sou apaixonado pelos ritmos de rua, entre eles o rap freestyle. Admiro e acompanho muito o trabalho dos Mc's de freestyle e aproveito a deixa para mandar um abraço a todos os rappers e versadores da batalha de MC's do Santa Cruz e da República. Um salve a liga dos MC's e a todo pessoal que acompanha, favorece, fortalece e faz crescer dia após dia esse movimento de expressão humana que é o rap.
Foi numa dessas rinhas de Mc's que conheci o trabalho do Leandro de Oliveira, mais conhecido pelo codnome Emicida.
Esse guri ficou conhecido como a grande revelação do hip hop, tendo seu grande estouro no ano de 2009. É de fato um motivo de extrema satisfação ver um rapaz que saiu das ruas chegar tão longe vencendo dentro daquilo que acredita. Música nas mãos de um verdadeiro músico é muito mais do que uma profissão ou objeto de renda, é nosso sonho, e somos fidedignamente agradecidos pela oportunidade de viver e sentir emocional, intelectual e fisicamente a propagação desse sonho.
O nome Emicida é uma fusão das palavras MC e HOMICIDA, visto que, devido o número estrondoso de suas vitórias nas batalhas de mc's, Leandro de Oliveira ficou conhecido como o assassino que matava os adversários com as suas rimas. Mais tarde ele criou sua própria conotação para o nome:
E - enquanto
M - minha
I - imaginação
C - compor
I - insanidades
D - domino
A - a arte
Bom, como disse, tenho muito para falar desse artista ainda, mas por hoje devo deixar-vos na curiosidade. Acabei de chegar no Rio Grande do Sul, como diz meu cunhado, na terra do "leite quente", e sinto que preciso mesmo cair na cama. Fica aqui a dica para quem quiser conhecer mais sobre a história desse rapper que acredito ser mesmo a grande revelação do Hip Hop nacional: E.M.I.C.I.D.A - história.
Em breve continuo o post, e deixo abaixo o novo videoclipe do guri que conta com um clima inusitado de superprodução cinematográfica. Gostei da banca, rs.
Namastê!
Emicida - Então Toma
terça-feira, 28 de junho de 2011
Masterização - Itens a serem corrigidos
Nesse post citarei alguns itens que precisam de atenção especial e devem ser corrigidos durante o processo de masterização para que ao final do processo de gravação você possa ter seu demo de qualidade, com um som de alta classe.
Os itens que você deve estudar durante o processo da master são os seguintes:
NÍVEIS
As canções e os níveis do programa precisam ser ajustados para manter uma proporcionalidade de canção para canção.
Nas fitas DAT, as mixagens podem somente ser altas (zero digital). Se uma mixagem possui picos transientes (caixa, por exemplo) que ultrapassa o nível médio do programa, o volume geral pode parecer mais baixo, comparado com outras mixagens. Nossa masterização fará correções nos transientes usando um "read-ahead" digital limiter ou algumas vezes simplesmente redesenhando a forma de onda do pico com objetivo de elevar o volume geral.
As canções e os níveis do programa precisam ser ajustados para manter uma proporcionalidade de canção para canção.
Nas fitas DAT, as mixagens podem somente ser altas (zero digital). Se uma mixagem possui picos transientes (caixa, por exemplo) que ultrapassa o nível médio do programa, o volume geral pode parecer mais baixo, comparado com outras mixagens. Nossa masterização fará correções nos transientes usando um "read-ahead" digital limiter ou algumas vezes simplesmente redesenhando a forma de onda do pico com objetivo de elevar o volume geral.
CARACTERÍSTICAS TONAIS (EQUALIZAÇÃO)
Enquanto a maioria das mixagens podem soar "matadoras", elas podem ser extremamemte melhoradas através de um cuidadoso ajuste de EQ (equalização).
Enquanto a maioria das mixagens podem soar "matadoras", elas podem ser extremamemte melhoradas através de um cuidadoso ajuste de EQ (equalização).
Um problema comum na maioria das mixagens é o das freqüências mascaradas, que ocorre tanto em mixagens realizadas em casa quanto em mixagens realizadas em super estúdios.
RUÍDO
O ruído é um grande inimigo. Nosso processo de masterização removerá ruídos indesejáveis no início e fim do seu material.
Quando ruídos do sistema podem ser percebidos mas não eliminados com equalização podemos utilizar um sistema de redução de ruídos inteligente.
O ruído é um grande inimigo. Nosso processo de masterização removerá ruídos indesejáveis no início e fim do seu material.
Quando ruídos do sistema podem ser percebidos mas não eliminados com equalização podemos utilizar um sistema de redução de ruídos inteligente.
DE-ESSING
A "sibilância" (ssssssss) pode ser reduzida utilizando-se uma compressão dependente de freqüência.
A "sibilância" (ssssssss) pode ser reduzida utilizando-se uma compressão dependente de freqüência.
ADIÇÃO DE EFEITOS
Em algumas situações, a masterização pode ser um momento para se acrescentar efeitos de alta qualidade a uma gravação a qual o artista/produtor considerem muito "seca" ou deixando a desejar de alguma forma. Utilizado com bom senso este tipo de procedimento pode propiciar grandes resultados.
Alguns efeitos momentâneos podem ser desejados, um eco ou "delay" em uma pequena parte de uma parada da bateria ou em um solo de sax por exemplo.
COMPRESSÃO
A compressão é utilizada para estreitar a diferença entre o os sinais mais altos e mais baixos no material gravado.
Compressão não necessita ser utilizada a menos que haja um problema perceptível.
Por exemplo, se o ouvinte precisa subir o volume durante as partes mais baixas da canção, a compressão pode ser necessária. Podemos utilizar compressores analógicos ou fazê-la digitalmente.
Por exemplo, se o ouvinte precisa subir o volume durante as partes mais baixas da canção, a compressão pode ser necessária. Podemos utilizar compressores analógicos ou fazê-la digitalmente.
EDIÇÃO
Muitos versos antes do refrão? O primeiro refrão está fraco comparado com os demais? Não há problema. Muitas vezes é possível copiar e/ou mover partes de uma canção. Fades in/out (entrada e saída) das canções podem ser realizadas com extrema precisão. A seqüência das canções no CD pode ser completamente diferente da ordem em que foram gravadas.
ISRC
Ao gerarmos o CD matriz, podemos incluir o ISRC, um código único que identifica sua música e é usado pelas emissoras de rádio. Dessa forma você poderá receber do ECAD pelos direitos de execução de sua música.
Masterização
A propalada “masterização” existe desde que se começou a gravar discos há cerca de um século. O termo se popularizou com a introdução do CD e dos recursos digitais de edição do áudio. Masterizar quer dizer “passar para a master”, a fita matriz que contém o material finalizado. Então, se mixarmos um trabalho e gravar o resultado numa fita cassete, estamos masterizando em cassete. No mercado fonográfico, já se usaram fitas de rolo, fitas PCM e DAT. Hoje, já podemos masterizar direto para o CD.
A própria edição do material mixado, antes de ser transferido para um suporte físico, não é privilégio da era do CD. Nos tempos analógicos, já se editava o material mixado numa fita, transferindo o resultado para outra fita. Só que usar um mouse é muito mais fácil que remendar fitas com gilete e cola. Daí, desde que se começou a gravar em computador, as técnicas de pré-masterização (edição do material estéreo) se difundiram em larga escala, alcançando boa parte dos home studios.
Não estamos, aqui, preocupados com remasters, maneira encontrada pela indústria para vender um CD duas ou três vezes para os mesmos consumidores. O que está em questão, além das técnicas de acondicionamento das gravações num suporte físico, no caso o CD, são os procedimentos para recuperarmos a qualidade do material. Redução de ruídos, equilíbrio dos timbres, ganho de volume e outros recursos que encontramos nos mesmos programas que temos usado aqui nesta série de artigos. Assim, quem tem um estúdio de gravação no seu PC, tem, automaticamente, um estúdio de masterização, desde que o computador contenha um gravador CD-R ou CD-RW. E nele podemos tanto melhorar o resultado de nossas próprias gravações e mixagens quanto corrigir certos erros nas mixagens vindas de outros estúdios.
Preliminares. No artigo anterior, finalizamos nossa mixagem salvando a música no HD como um arquivo .wav. Vamos agora abrir este arquivo no programa Sound Forge. Se a música vem mixada de outro estúdio, temos que transformá-la primeiro num arquivo .wav. Caso a gravação esteja em DAT, vamos copiá-la para o Sound Forge. Ligue as saídas estéreo analógicas ou digitais do DAT à mesa ou diretamente à placa de som. Ponha o Sound Forge para gravar acionando o botão com a bolinha vermelha (Record). Na janela que se abre, monitore o nível, regulando-o na mesa ou no programa que controla a sua placa. O nível dos picos máximos deve chegar perto da marca 0 dB (zero decibel), sem nunca ultrapassá-lo (clip), sob pena de distorção no som. Se a música vem de outro estúdio em CD, transforme-a num arquivo .wav por meio de um programa que faça a extração do áudio do CD para .wav. Este programa pode ser o Easy CD Creator, da Adaptec, que vem com a maioria dos gravadores de CD.
Pré-masterização. A fase mais crítica do processo é a da edição do material. Agora que nossa música está num arquivo .wav, vamos abri-la no Sound Forge. O primeiro passo é verificar o nível do ruído e, se preciso, reduzí-lo. Na parte mais baixa da tela do Sound Forge temos lentes verticais e horizontais para a visualização do gráfico com as ondas sonoras. Focalizando o início do arquivo, antes da música começar, observamos o nível de ruído. Se for insignificante, deixamos como está. Caso contrário, vamos voltar a usar o plug in Noise Reduction, que já tínhamos detalhado no artigo IV desta série e utilizado no artigo XIV, sobre a edição das pistas gravadas. Aqui, muito cuidado para que a redução do ruído não altere os timbres de vozes e instrumentos ou desequilibre a mixagem.
Agora, ouvimos com atenção para verificar se os timbres estão bem equilibrados. Se for absolutamente necessário corrigi-los, vamos apelar para um equalizador ou um enhancer. Bons modelos de plug ins são o equalizador paragráfico de 10 bandas Waves Q10 e o enhancer DSP/FX Aural Activator. O enhancer (“melhorador”) realça harmônicos abafados nas diversas etapas, como a captação e a mixagem. Mas, cuidado: equalizador não inventa freqüências que não existem, apenas reforça ou atenua o que está gravado. Quanto mais alteramos o equilíbrio entre as diversas freqüências graves, médias e agudas, mais riscos corremos de deformar o trabalho. Por isso, uma boa mixagem é fundamental. Faça o dever de casa.
Outro ponto importante é a compressão dinâmica. Como já vimos em outros artigos, a compressão traz o som “mais pra frente”. Isto é, comprimimos os picos de volume para podermos aumentar o volume médio. O plug in Waves L1 Ultramaximizer é um limitador de picos ideal para a situação. Reduzindo os picos excessivos no material mixado (por exemplo, do bumbo e da caixa da bateria), o limitador aumenta automaticamente os demais sons, chegando a alterar os níveis relativos dos instrumentos e vozes. Mais uma vez, cuidado: a ânsia de aumentar os volumes não deve permitir que tornemos a música “chapada”, sem profundidade. Esta compressão final, de poucos decibéis, depende do gênero e estilo musicais. Na música erudita e instrumental em geral, usamos muito menos compressão do que, por exemplo, num hip hop ou em música techno.
O próximo passo é cortar o início e o fim do arquivo. O corte é fundamental para que cada música, no CD, comece no início e termine no fim de sua faixa. Parece redundante, mas nada é mais desagradável que um CD demo com intermináveis segundos de espera entre as canções. Cortar é simples: selecione, arrastando o mouse, os trechos de silêncio no início e no fim do arquivo, e aperte a tecla <Delete>. O problema são os estalinhos que às vezes se ouvem nesses pontos de corte. Resolvemos o problema selecionando um trecho bem curto (de alguns milissegundos) logo antes da música começar e clicando em <Process>, <Fade> e <In>; e selecionando um trechinho bem ao fim da música e clicando em <Process>, <Fade> e <Out>. Nas músicas que terminam com um longo fade out de vários compassos, é preferível “desenhar” o decréscimo de volume em gráficos de edição do que ficar arrastando manualmente o controle de volume master de uma mesa de som.
Salvamos o arquivo .wav e passamos às próximas etapas.
Masterizando o CD. No Sound Forge, pelo menu Tools, abrimos o plug in CD-Architect, que é um excelente programa de montagem de CDs de áudio. Um verdadeiro paraíso para masterizadores e discotecários, já que seqüenciar canções é sua função. Uma vez detectado o seu gravador CD-R, ele está pronto para nos ajudar a materializar o sonho: fazer o CD.

O CD-Architect
Embaixo à direita, um simulador de CD player permite escutarmos as músicas e navegar por elas, como é feito nos aparelhos de CD.
Adicione as músicas selecionando seus arquivos .wav na ordem preferida. Clique em <File>, <Audio pool>, <Add...> e busque nos diretórios o seu arquivo. Numa faixa da tela, chamada Audio Pool, o CD-Architect vai pondo os gráficos com áudio estéreo, um após o outro. Ele também separa as músicas automaticamente por dois segundos, o que pode ser modificado entre cada duas músicas. Podemos arrastar cada música mais para perto ou longe da anterior, usando o mouse. Uma linha sobre cada canção é o envelope de volume: permite alterar o volume de cada uma, inclusive desenhando fades e alterações. Se esses arquivos estão normalizados, não aumente nenhum volume acima de zero dB, apenas abaixe, se precisar, tendo como referência a música de volume mais alto.
Após a organização das músicas no CD vamos, finalmente, “masterizar”. Coloque um CD virgem no gravador de CDs. No CD-Architect, clique no botão com a bolinha vermelha (Record), escolha o número de cópias, a opção de só gravar o CD (teste só na primeira vez) e a velocidade, que pode ser a máxima do seu gravador. Após alguns minutos, o gravador se abrirá e o programa deverá informar que o CD foi gravado com sucesso. Pegue-o e ouça-o. Ame-o ou deixe-o, mas grave outros.
A própria edição do material mixado, antes de ser transferido para um suporte físico, não é privilégio da era do CD. Nos tempos analógicos, já se editava o material mixado numa fita, transferindo o resultado para outra fita. Só que usar um mouse é muito mais fácil que remendar fitas com gilete e cola. Daí, desde que se começou a gravar em computador, as técnicas de pré-masterização (edição do material estéreo) se difundiram em larga escala, alcançando boa parte dos home studios.
Não estamos, aqui, preocupados com remasters, maneira encontrada pela indústria para vender um CD duas ou três vezes para os mesmos consumidores. O que está em questão, além das técnicas de acondicionamento das gravações num suporte físico, no caso o CD, são os procedimentos para recuperarmos a qualidade do material. Redução de ruídos, equilíbrio dos timbres, ganho de volume e outros recursos que encontramos nos mesmos programas que temos usado aqui nesta série de artigos. Assim, quem tem um estúdio de gravação no seu PC, tem, automaticamente, um estúdio de masterização, desde que o computador contenha um gravador CD-R ou CD-RW. E nele podemos tanto melhorar o resultado de nossas próprias gravações e mixagens quanto corrigir certos erros nas mixagens vindas de outros estúdios.
Preliminares. No artigo anterior, finalizamos nossa mixagem salvando a música no HD como um arquivo .wav. Vamos agora abrir este arquivo no programa Sound Forge. Se a música vem mixada de outro estúdio, temos que transformá-la primeiro num arquivo .wav. Caso a gravação esteja em DAT, vamos copiá-la para o Sound Forge. Ligue as saídas estéreo analógicas ou digitais do DAT à mesa ou diretamente à placa de som. Ponha o Sound Forge para gravar acionando o botão com a bolinha vermelha (Record). Na janela que se abre, monitore o nível, regulando-o na mesa ou no programa que controla a sua placa. O nível dos picos máximos deve chegar perto da marca 0 dB (zero decibel), sem nunca ultrapassá-lo (clip), sob pena de distorção no som. Se a música vem de outro estúdio em CD, transforme-a num arquivo .wav por meio de um programa que faça a extração do áudio do CD para .wav. Este programa pode ser o Easy CD Creator, da Adaptec, que vem com a maioria dos gravadores de CD.
Pré-masterização. A fase mais crítica do processo é a da edição do material. Agora que nossa música está num arquivo .wav, vamos abri-la no Sound Forge. O primeiro passo é verificar o nível do ruído e, se preciso, reduzí-lo. Na parte mais baixa da tela do Sound Forge temos lentes verticais e horizontais para a visualização do gráfico com as ondas sonoras. Focalizando o início do arquivo, antes da música começar, observamos o nível de ruído. Se for insignificante, deixamos como está. Caso contrário, vamos voltar a usar o plug in Noise Reduction, que já tínhamos detalhado no artigo IV desta série e utilizado no artigo XIV, sobre a edição das pistas gravadas. Aqui, muito cuidado para que a redução do ruído não altere os timbres de vozes e instrumentos ou desequilibre a mixagem.
Agora, ouvimos com atenção para verificar se os timbres estão bem equilibrados. Se for absolutamente necessário corrigi-los, vamos apelar para um equalizador ou um enhancer. Bons modelos de plug ins são o equalizador paragráfico de 10 bandas Waves Q10 e o enhancer DSP/FX Aural Activator. O enhancer (“melhorador”) realça harmônicos abafados nas diversas etapas, como a captação e a mixagem. Mas, cuidado: equalizador não inventa freqüências que não existem, apenas reforça ou atenua o que está gravado. Quanto mais alteramos o equilíbrio entre as diversas freqüências graves, médias e agudas, mais riscos corremos de deformar o trabalho. Por isso, uma boa mixagem é fundamental. Faça o dever de casa.
Outro ponto importante é a compressão dinâmica. Como já vimos em outros artigos, a compressão traz o som “mais pra frente”. Isto é, comprimimos os picos de volume para podermos aumentar o volume médio. O plug in Waves L1 Ultramaximizer é um limitador de picos ideal para a situação. Reduzindo os picos excessivos no material mixado (por exemplo, do bumbo e da caixa da bateria), o limitador aumenta automaticamente os demais sons, chegando a alterar os níveis relativos dos instrumentos e vozes. Mais uma vez, cuidado: a ânsia de aumentar os volumes não deve permitir que tornemos a música “chapada”, sem profundidade. Esta compressão final, de poucos decibéis, depende do gênero e estilo musicais. Na música erudita e instrumental em geral, usamos muito menos compressão do que, por exemplo, num hip hop ou em música techno.
O próximo passo é cortar o início e o fim do arquivo. O corte é fundamental para que cada música, no CD, comece no início e termine no fim de sua faixa. Parece redundante, mas nada é mais desagradável que um CD demo com intermináveis segundos de espera entre as canções. Cortar é simples: selecione, arrastando o mouse, os trechos de silêncio no início e no fim do arquivo, e aperte a tecla <Delete>. O problema são os estalinhos que às vezes se ouvem nesses pontos de corte. Resolvemos o problema selecionando um trecho bem curto (de alguns milissegundos) logo antes da música começar e clicando em <Process>, <Fade> e <In>; e selecionando um trechinho bem ao fim da música e clicando em <Process>, <Fade> e <Out>. Nas músicas que terminam com um longo fade out de vários compassos, é preferível “desenhar” o decréscimo de volume em gráficos de edição do que ficar arrastando manualmente o controle de volume master de uma mesa de som.
Salvamos o arquivo .wav e passamos às próximas etapas.
Masterizando o CD. No Sound Forge, pelo menu Tools, abrimos o plug in CD-Architect, que é um excelente programa de montagem de CDs de áudio. Um verdadeiro paraíso para masterizadores e discotecários, já que seqüenciar canções é sua função. Uma vez detectado o seu gravador CD-R, ele está pronto para nos ajudar a materializar o sonho: fazer o CD.

O CD-Architect
Embaixo à direita, um simulador de CD player permite escutarmos as músicas e navegar por elas, como é feito nos aparelhos de CD.
Adicione as músicas selecionando seus arquivos .wav na ordem preferida. Clique em <File>, <Audio pool>, <Add...> e busque nos diretórios o seu arquivo. Numa faixa da tela, chamada Audio Pool, o CD-Architect vai pondo os gráficos com áudio estéreo, um após o outro. Ele também separa as músicas automaticamente por dois segundos, o que pode ser modificado entre cada duas músicas. Podemos arrastar cada música mais para perto ou longe da anterior, usando o mouse. Uma linha sobre cada canção é o envelope de volume: permite alterar o volume de cada uma, inclusive desenhando fades e alterações. Se esses arquivos estão normalizados, não aumente nenhum volume acima de zero dB, apenas abaixe, se precisar, tendo como referência a música de volume mais alto.
Após a organização das músicas no CD vamos, finalmente, “masterizar”. Coloque um CD virgem no gravador de CDs. No CD-Architect, clique no botão com a bolinha vermelha (Record), escolha o número de cópias, a opção de só gravar o CD (teste só na primeira vez) e a velocidade, que pode ser a máxima do seu gravador. Após alguns minutos, o gravador se abrirá e o programa deverá informar que o CD foi gravado com sucesso. Pegue-o e ouça-o. Ame-o ou deixe-o, mas grave outros.
Clássicos do Pop - Madonna
Falar em anos 80 e não falar no nome dela é quase impossível. Madonna, ao lado de Michael Jackson e Cindy Lauper, foi uma das grandes precursoras de estilo da geração chamada New Wave.
Estamos falando em rebeldia, jovialidade e uma sexualidade aflorada com uma mistura da energia de garotas e garotos que estavam começando a se descobrir e se mostrar ao mundo.
O que mais me chama a atenção em Madonna é a extrema dualidade de seus trabalhos. Vamos aqui analisar três músicas e você vai se deparar com três “eus” diferentes dessa cantora.
Estamos falando em rebeldia, jovialidade e uma sexualidade aflorada com uma mistura da energia de garotas e garotos que estavam começando a se descobrir e se mostrar ao mundo.
O que mais me chama a atenção em Madonna é a extrema dualidade de seus trabalhos. Vamos aqui analisar três músicas e você vai se deparar com três “eus” diferentes dessa cantora.
Like a Virgin
Como esquecer a tão célebre Like a Virgin? O título da música também deu nome ao álbum que marcou a fase mais ousada de Madonna, onde ela aparecia em seus shows vestida em corpetes, pérolas e muitas rendas.
A música na verdade conta a história de uma moça apaixonada que sente-se tão encantada com o parceiro a ponto de sentir-se novamente como uma virgem. Bonito não? Rs.
Esta canção apareceu posteriormente numa nova versão (mas não interpretada por Madonna) no filme Moulin Rouge – Amor em Vermelho.
A música na verdade conta a história de uma moça apaixonada que sente-se tão encantada com o parceiro a ponto de sentir-se novamente como uma virgem. Bonito não? Rs.
Esta canção apareceu posteriormente numa nova versão (mas não interpretada por Madonna) no filme Moulin Rouge – Amor em Vermelho.
Like a Virgin - Madonna
Crazy For You
Uma das romantiquinhas de Madonna, foi uma da baladas mais conhecidas da diva pop. Aqui, Madonna se desfaz em amor usando de seu timbre de voz mais grave e seco. Outra coisa que acho fabulosa é a capacidade da artista de entonar em suas canções dois timbres bem diversificados. Um totalmente agudo e outro mais grave, mais seco, meio aveludado, apesar de que ela deixou essa diversificação vocal nos anos 80/90 e hoje em dia adota apenas um acorde em seu vocal.
Crazy For You
Like a Prayer
Jesus negro! Esse foi o marco desse clipe na época de seu lançamento. Madonna foi uma artista muito marcada por causar polêmicas em suas canções e performances e esse clipe em especial causou um burburinho estridente por mostrar ícones religiosos que a cantora diz fazer parte de uma crítica não à religião em si, mas à maneira como a fé é usada pelos fiéis. Se pararmos para pensar, o clipe torna-se bem atemporal. Pessoas inocentes morrendo ou sendo incriminadas no lugar dos verdadeiros criminosos, injustiças acontecendo por todos os lados, dor, sofrimento, violência batendo a nossa porta. Like a Prayer é um esterótipo de tudo isso.
Like a Prayer
Vogue
Vogue também foi um dos clássicos de Madonna e virou um dos marcos que aliam a música ao mundo da moda. Ritmo dançante, de fácil fixação e o clipe de extremo bom gosto com o uso de inusitadas coreografias muito bem arquitetadas.
Alguns artistas consagraram-se por inspirar-se nos trejeitos de Madonna. Sua forma de interpretar, o estilo audacioso e fulgaz, as composições irreverentes e as performances inusitadas serviram como base para artistas como Britney Spears, Lady Gaga (por mais que neguem) entre outros.
Não é para muitos a honra de inspirar uma geração e essa tarefa Madonna cumpriu maravilhosamente bem.
Namastê.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Formação Profissional - Música
É de música que você gosta? Tem talento, faz composições, produz suas próprias melodias, beats, participa de shows, freestyles, grava seus cds e distribui por aí, tem o sonho de ser conhecido e reconhecido dentro do mundo musical? Parabéns. Você está a um passo de conseguir isso.
Hoje em dia existem inúmeras maneiras de um amador conseguir aprender e desenvolver suas habilidades na música: blogs como este que procuram ensinar conceitos de teoria musical e mais do que isso, o feeling dos produtores musicais, livros e diversos impressos, consultores mas, principalmente, se você quer ser um músico profissional de verdade, conseguir contratos com grandes produtoras, gravadoras ou mesmo trabalhar para si próprio fazendo cds, mixtapes e eps de qualidade você precisa mais do que isso. É, estou falando em cursos profissionalizantes.
Não é segredo para mais ninguém que hoje o mercado de trabalho anda um tanto competitivo e as vezes isso acontece não apenas por termos profissionais demais na área mas principalmente por não termos profissionais capacitados na área. Na música não é diferente.
Seguem abaixo alguns lugares que eu indico para quem quer ingressar no mundo musical.
Academia de Áudio Oferece cursos excelentes à preços tentadores.
Song Áudio Venha conhecer o trabalho dessa equipe de engenharia de som!
CDA Áudio Curso de áudio e masterização
Reference Studio Masterização e Autoração para DVD e Áudio
Anhembi Morumbi - Produção Musical Curso superior de produção musical na Universidade Anhembi Morumbi
Anhembi Morumbi - Produção Fonográfica / Música Eletrônica Curso superior de produção fonográfica com habilitação em música eletrônica na Universidade Anhembi Morumbi
OMID Academia de áudio
Escola São Paulo Oferece cursos livres de trilha sonora e produção musical.
É isso, espero que procurem se informar em algum destes ou mesmo em outras instituições.
=]
domingo, 26 de junho de 2011
MPB - Chico Buarque
Acordei hoje em um pleno domingo modorrento após receber uma notícia não muito agradável ontem a noite. Parece que o céu resolveu combinar para transparecer meu estado de espírito cinzento, rs bem propício eu diria.
Não sei exatamente o porquê, mas hoje me veio a lembrança de Chico Buarque e lembrei que nunca havia comentado sobre ele aqui. Aliás, acredito que tenha feito pouquíssimas ou mesmo nenhuma referência sobre a música popular brasileira. Vamos então reverter esse quadro.
Não vou me prender à biografia do artista, isto vocês podem conhecer buscando em qualquer site de busca e de referências de MPB, o diferencial do meu trabalho é exatamente o de identificar os aspectos musicais do trabalho e personalidade do artista e resumi-los de maneira íntegra de forma que você possa aprender alguma coisa com tais aspectos.
Francisco Buarque de Hollanda é irmão das cantoras Miúcha e Cristina. Amigo de Elis Regina e centenas de outros artistas fez parte do movimento contra a ditadura e acabou exilado na Europa durante alguns anos.
Uma das músicas marcantes dessa época foi Cálice, proibida pela ditadura brasileira da época.
Chico Buarque se destaca na cena musical principalmente como compositor. Suas obras são dotadas de uma particularidade íntima e de sentimento. Ah sim, muito sentimento.
Gosto do lirismo das composições da era de ouro da mpb, coisa que já não se tem atualmente. Acho que de certa forma toda a repressão da ditadura contribuiu para dar esse ar bucólico às composições de mpb da época, tornando-as singulares e únicas. Cantores como Jorge Vercilo, Djavan e Lenine são também nomes consagrados da música popular brasileira, entretanto, analisando criteriosamente a natureza das composições é notável que os artistas de ouro da mpb possuíam um tempero que dava um sabor particular às suas obras. Algo que ninguém foi capaz de reproduzir.
Chico Buarque - Construção
Construção foi uma das músicas compostas na época da ditadura. Uma possível interpretação da canção foi feita e se encontra no domínio de um colega. Para ver, Clique Aqui!
Chico Buarque - Cotidiano
Essa é uma das minhas músicas favoritas de Chico Buarque, não apenas pelo enredo e a dramaturgia que a canção denota mas pela simplicidade não somente do arranjo mas principalmente da melodia ardilosamente arquitetada.
Qual casal não teve o desprazer (ou seria prazer) de acordar numa bela manhã e perceber que seu relacionamento estaria na rotina? Essa música mostra o lado efêmero da rotina de um casal, sob o ponto de vista masculino. Bem interessante.
Para finalizar, uma das músicas compostas por Chico Buarque no seu famoso "eu feminino", onde ele compõe sob a perspectiva do olhar feminino. O Meu Amor foi um de ses grandes sucessos interpretados por Gal Gosta, Maria Bhetânia e até mesmo por sua ex, a atriz Marieta Severo.
Chico Buarque - O Meu Amor
sábado, 25 de junho de 2011
Mixagem - Equalização
Como tirar o melhor timbre através da equalização
Como dizia Michelangelo: "A escultura já estava lá dentro do bloco de mármore. Só o que fiz foi retirar o excesso que havia em volta". Neste ponto da nossa viagem pelo mundo das mixagens começaremos a trabalhar com o timbre dos instrumentos, através dos equalizadores.
Esses equipamentos nos possibilitam alterar a resposta em freqüência dos diversos canais, manipulando sua sonoridade. Como já fiz em outras oportunidades, vou admitir que nosso leitor saiba como usar um equalizador pelo menos de modo básico. Se neste ponto, frases como "aumentar o valor do Q" soarem como javanês, quer dizer que ainda é um pouco cedo para você começar a mixar.
Nosso campo de trabalho em termos de equalização será o espectro de freqüências que o ouvido humano percebe (20 Hz a 20 kHz). Para melhor nos entendermos, vamos dividir esse espectro em regiões de atuação dos equalizadores (divisão baseada no trabalho do engenheiro Leo de Gars Kulka, ainda na década de 1970).

Muitos autores preferem definir o intervalo entre 4000 e 6000 Hz como uma região específica, tipicamente chamada presença. Apesar de concordar totalmente com esse destaque, decidi não incluí-lo na tabela porque é raríssimo encontrar a referência a ela em equalizadores típicos, exceto talvez nos amps de guitarra e baixo. Voltaremos a discutir a importância deste intervalo mais adiante.
Sub-graves: lembrança do útero?
A região de sub-graves até os anos 90 era mais um inconveniente do que um benefício para os mixadores. É a região em que facilmente o conjunto prato + braço de um toca-discos entra em ressonância se estimulado, e também é um tanto difícil para os sulcos de um LP de vinil. Os tempos modernos trouxeram, de um lado, as boom boxes, com seus alto-falantes e amplificadores capazes de responder a essa região com alguma eficiência - e, de outro, o CD, chegando como mídia muito mais adequada para esse tipo de resposta.
Sub-graves são cativantes. Muitos argumentam que nos remetem ao útero materno, onde todos os agudos do mundo externo são filtrados e onde ouvimos constantemente o coração da mãe batendo. São freqüências muito mais sentidas do que ouvidas. A própria indústria cinematográfica se aproveitou dessa característica e criou um canal de áudio para as mixagens de cinema (surround) especialmente dedicado a gerar efeitos que se sentem mais do que se ouvem - o chamado canal LFE (low frequency effects), usado para tornar mais emocionantes as explosões, os motores de naves espaciais e navios, os terremotos, etc. Os DVDs de música herdaram esse canal, embora pouquíssimos instrumentos o acabem usando (o LFE no sistema Dolby doméstico é somado aos graves dos outros canais, gerando o chamado canal de subwoofer).
Normalmente, em uma mixagem os subgraves são congestionados por ruídos de baixa freqüência vindos de diversos canais. Por exemplo, ruídos estruturais, do trânsito, do ar-condicionado, sendo tipicamente uma região a ser cortada, a não ser em casos específicos. É uma ótima região para ser cortada nos equalizadores, e de fato você vai encontrar tipicamente um filtro com freqüência de corte nessa região ou numa próxima na maioria dos equalizadores.
Instrumentos e sons que podem ser importantes nessa região são os sons graves de teclados eletrônicos, órgãos de tubos e, eventualmente, bumbos e contrabaixos.
Graves
É interessante notar como os graves vieram ganhando importância ao longo dos anos. No início dos tempos do áudio era muito difícil tanto registrá-los quanto reproduzi-los. Ao longo dos anos (principalmente a partir da década de 1970), gradualmente foi ficando cada vez mais possível e cômodo levar os graves mais profundos ao consumidor final. Até bem pouco tempo, as caixas de referência de todo estúdio que se prezasse eram as Yamaha NS-10 - que não falam nos graves, mas representavam uma média do que se podia esperar que o consumidor de música tivesse em casa. Hoje em dia simplesmente não dá pra trabalhar só com elas, e monitores que respondam bem aos graves são absolutamente necessários.
Como os sons graves são muito legais, o sucesso do grave gerou o gravão, exagerado e distorcido mas muito amado. A possibilidade técnica de gravação e reprodução dos graves trouxe como conseqüência desagradável a pressão popular por mais e mais graves, o que gerou aberrações como os famosos botões de SuperBass, ExtraBass, ExtremeBass, SuperExtraExtremeBass dos walkmans.
Exageros à parte, nada como uma mix com os graves bem presentes e bem equilibrados. Essa região do espectro contém uma boa parcela de energia nas mixes e pode conduzir a excessos de nível se não tomarmos precauções. Outro fator importante a considerar: é na região dos graves que vamos encontrar os maiores problemas de acústica nas salas de mixagem. É essa sempre a região da dúvida em uma sala à qual não estejamos acostumados.
Assim, desde já desconfie da monitoração se você estiver sentindo necessidade de aumentar os graves em muitos canais, ou ao contrário, se sempre parece que o canal tem graves demais. Nessas horas, um bom analisador de espectro pode ajudar. Leve em conta também o fato de que em volumes baixos ouvimos mal os graves. Então evite mixar com volumes baixos demais ou altos demais para não errar a mão nos graves.
Instrumentos importantes nessa região são obviamente o dueto bumbo + baixo. Em música pop, eles representam a fundação que vai sustentar toda a nossa construção.
Médias Baixas
A maior parte da energia dos instrumentos comumente usados para a base das músicas se encontra nesta região, provocando facilmente um congestionamento sonoro bem desagradável. É, portanto, uma boa região para se atenuar nos equalizadores. Seu excesso acaba sendo percebido pelo ouvido como falta de médias altas e agudos, o que dá ao ouvinte a impressão de que o som está velado. Quando um instrumento soa sem peso, é esta a região a se acentuar. Por exemplo, a caixa da bateria fica bem encorpada se dermos um pouco de ganho em 250Hz.
Um bom motivo para se esvaziar um pouco esta região nos equalizadores: é lá que tipicamente se encontram as fundamentais dos instrumentos e principalmente da voz. Descongestionar as médias baixas abre caminho para que a parte mais grave de uma voz fique inteligível.
A região superior das médias baixas (entre 700 Hz e 1400 Hz) tem o som típico de rádio de carro de polícia, ou de se falar com as mãos em concha à frente da boca. Se um instrumento está soando assim, experimente atenuar essa região. Entre 1000 e 2000 Hz o som vai se tornando progressivamente mais metálico e mais irritante se colocado com muito volume.
Médias Altas
Trata-se de uma região extremamente importante em uma mixagem. Primeiro porque o pico de sensibilidade do ouvido está nesta região (entre 2 e 3 kHz mais ou menos). E também porque na sua metade superior (entre 4 e 6 kHz) se encontra a região de presença, onde os detalhes sonoros são mais bem percebidos.
Muito cuidado ao se dar ganho na região de 2 a 4 kHz de um instrumento, pois ele facilmente pode se tornar desagradável, por atuar no pico de sensibilidade humana. Não é porém uma região em que se costume atenuar muito os instrumentos, a não ser que estejam soando desagradáveis.
Os harmônicos superiores da voz se encontram na região de presença. É onde as consoantes se tornam nítidas (o que diferencia um éfi de um éssi são justamente os harmônicos desta região) e é uma ótima região para tornar uma voz ou instrumento mais definido, aparecendo mais na mixagem. Em inglês se usa muito a expressão to cut through the mix (algo como cortar através da mix) para definir o ato de tornar um instrumento mais aparente no meio dos outros. Dar ganho entre 2 e 4 kHz em um instrumento é uma boa opção para fazê-lo.
Agudos
Essa é outra região que pode ser afetada pelo jeito como estamos monitorando a mixagem. Agora não tanto pela acústica da sala, mas pelas características das caixas. Mais uma vez desconfie se você estiver puxando ou tirando agudos em todos os canais. Outro fator que pode levar a agudos em excesso é a fadiga auditiva ou a monitoração em volumes inadequados (altos demais ou baixos demais). Via de regra, escolha um volume médio para trabalhar, testando freqüentemente sua mix em volumes baixos e altos também.
Os sons que povoam essa região são normalmente de curta duração, tais como pratos, os éssis da voz e harmônicos altos de outros instrumentos. O excesso de informação nestas freqüências costuma levar ao cansaço auditivo, podendo deixar a audição da música desconfortável.
Muitos costumam chamar a região superior dos agudos (acima de 15 kHz) de ar. Nos tempos da fita analógica era tipicamente um lugar em que se tendia a acentuar nas masterizações, por causa das perdas na fita devido ao desgaste ao longo do processo de gravação e mixagem.
No caso do CD, esse extremo superior podia ser ainda problemático por ser o ponto onde o limite da freqüência de amostragem tende a causar efeitos indesejados, principalmente em conversores de baixa qualidade. Hoje em dia o estado da tecnologia evoluiu tanto que não há muita necessidade de preocupação com perdas e desvios de fase nesta região.
Mas por que afinal equalizar?
Alteramos a resposta em freqüência de um dado instrumento por três motivos básicos:
1. Para corrigir a sonoridade
2. Para favorecer regiões de seu timbre por questões estéticas ou de estilo
3. Para permitir que ele se destaque entre os outros instrumentos
Lembram do tal Efeito de Mascaramento? Pois é, ele continua pegando no nosso pé neste ponto. É basicamente por causa dele que chegamos a nosso primeiro ponto de destaque:
A soma do som mais bonito de cada canal normalmente não resulta em um bom som quando adicionado aos outros canais
O equívoco mais comum que encontro em mixadores iniciantes é esse. A primeira tentação é solar (ouvir sozinho) um canal ou pista, equalizá-lo para deixar o som o mais lindo possível, depois solar o seguinte repetindo o processo e assim por diante. O resultado em 99,9% dos casos é catastrófico! O problema básico é o tal do mascaramento, aliado ao fato de a maioria das freqüências fundamentais dos instrumentos se encontrar mais ou menos na mesma região.
Alguém outro dia comparou uma mixagem a uma pintura a óleo. Se pintamos uma árvore e depois uma casa na frente da árvore, a casa tampa a árvore e só conseguimos ver desta o que não foi obstruído pela imagem da casa. Transportando para a música, quando um instrumento tem uma região muito proeminente, ela tenderá a obscurecer a região similar dos outros instrumentos, valendo o que está mais alto.
É por isso que tomar o som mais bonito de cada instrumento não dá um bom resultado, porque muito provavelmente as freqüências que embelezam o som de cada um deles serão as mesmas e haverá congestionamento em certas regiões.
Podemos também imaginar o espectro de freqüências também como dividido em dezenas de pequenas gavetas. Cada instrumento pode ocupar diversas gavetas, mas cada gaveta só poderá ser ocupada por um instrumento. Por exemplo, no bumbo da bateria são importantes a região grave (a ressonância do tambor - 60 a 120 Hz) e a região de médias altas (em que estará a macetada na pele - ou kick - 3 a 4 kHz). As regiões intermediárias não são tão importantes, sendo muito comum a gente encontrar um ponto entre 400 e 600 Hz onde se pode atenuar fortemente, melhorando bastante o resultado. Com isso, ocupamos as gavetas importantes e esvaziamos gavetas que não nos interessam.
É claro que o processo de mixagem não é matematicamente previsível, e não adianta ficarmos tentando fazer um gráfico de qual instrumento vai aonde. É melhor apenas lembrarmos dessas analogias e, entendendo o processo, usarmos nossa musicalidade e bom gosto para construir nossa mix.
Uma das frases que mais me causam dores de cabeça em uma mixagem é: - Sola o meu violão!
Isso porque, em nome de fazer todo mundo aparecer em uma mixagem com banda, temos que dar uma emagrecida no som do violão, deixando praticamente só a sua região de médias altas. Ouvido solado, o som é ruim, magrinho demais, porém dentro da mixagem ele se comporta muito bem.
Tem também o tenebroso Coeficiente QS, coeficiente de quantas vezes alguém falou "Que Sonzão!" quando ouviu um determinado instrumento durante o processo de gravação. Instrumentos com alto coeficiente QS costumam dar problemas nas mixes, porque todos vão continuar querendo que ele tenha o seu sonzão, mas provavelmente não haverá lugar na mix para isso.
Em resumo, para equalizar um instrumento em uma mix, minha sugestão é:
1. Atenue regiões de freqüência que o instrumento não usa, tipicamente através dos filtros de baixas e altas
2. Ache um ponto nas freqüências em que o instrumento soe bem feio e o atenue; este lugar estará comumente localizado nas médias baixas, mas nem sempre. Use um Q médio nesses casos; não se assuste se forem necessárias atenuações bem fortes
3. Encontre agora um ponto em que, através do uso de um Q baixo e com um leve ganho, haja uma melhoria no som do instrumento; neste caso os ganhos costumam ser não muito altos
4. Compare com o equalizador desligado e verifique se o som melhorou mesmo ou não
5. Esteja preparado para, ao longo da mix, ter que alterar essa equalização para evitar a briga com outros canais
Claro que o processo acima é um caso genérico, não sendo uma receita de bolo, só um ponto de partida.
Alguns Conselhos Práticos* Em um equalizador, a gente tem sempre duas opções - atenuar o que é ruim ou acentuar o que é bom. Por exemplo, imagine que existe um excesso de médias baixas. Você pode atenuar as médias baixas e aumentar o volume geral - ou acentuar graves, médias altas e agudos e abaixar o volume geral. Gosto mais do primeiro processo porque leva a um melhor controle do nível geral e tende a introduzir menos ruídos no sinal.
* Se você estiver dando ganho demais em uma determinada região, está acontecendo algum problema: ou a freqüência a acentuar não é esta, ou o instrumento não fala nesta região, ou alguém cortou exageradamente essa região na gravação. Experimente mudar a freqüência ou inverter o processo, atenuando as outras regiões e aumentando o nível geral.
* Se você estiver acentuando ou atenuando a mesma freqüência em vários instrumentos, desconfie da monitoração ou da acústica da sala de mixagem ou de onde foi gravado; ouça em outros lugares ou em um local familiar, ou mesmo de fone.
* Equalizador não é substituto para um instrumento mal gravado, um arranjo mal-feito ou coisas do gênero, mas como já estamos na etapa de mixagem, muitas vezes é a única ferramenta de que dispomos para corrigir estes problemas.
Tabela de regiões
Veremos agora uma tabela que resume algumas características de cada oitava do espectro de freqüências e os termos usados no estúdio para definir sua falta ou excesso em mixagens. Isso pode ajudar quando alguém diz que sua voz soa fanha.
Esses equipamentos nos possibilitam alterar a resposta em freqüência dos diversos canais, manipulando sua sonoridade. Como já fiz em outras oportunidades, vou admitir que nosso leitor saiba como usar um equalizador pelo menos de modo básico. Se neste ponto, frases como "aumentar o valor do Q" soarem como javanês, quer dizer que ainda é um pouco cedo para você começar a mixar.
Nosso campo de trabalho em termos de equalização será o espectro de freqüências que o ouvido humano percebe (20 Hz a 20 kHz). Para melhor nos entendermos, vamos dividir esse espectro em regiões de atuação dos equalizadores (divisão baseada no trabalho do engenheiro Leo de Gars Kulka, ainda na década de 1970).

Muitos autores preferem definir o intervalo entre 4000 e 6000 Hz como uma região específica, tipicamente chamada presença. Apesar de concordar totalmente com esse destaque, decidi não incluí-lo na tabela porque é raríssimo encontrar a referência a ela em equalizadores típicos, exceto talvez nos amps de guitarra e baixo. Voltaremos a discutir a importância deste intervalo mais adiante.
Sub-graves: lembrança do útero?
A região de sub-graves até os anos 90 era mais um inconveniente do que um benefício para os mixadores. É a região em que facilmente o conjunto prato + braço de um toca-discos entra em ressonância se estimulado, e também é um tanto difícil para os sulcos de um LP de vinil. Os tempos modernos trouxeram, de um lado, as boom boxes, com seus alto-falantes e amplificadores capazes de responder a essa região com alguma eficiência - e, de outro, o CD, chegando como mídia muito mais adequada para esse tipo de resposta.
Sub-graves são cativantes. Muitos argumentam que nos remetem ao útero materno, onde todos os agudos do mundo externo são filtrados e onde ouvimos constantemente o coração da mãe batendo. São freqüências muito mais sentidas do que ouvidas. A própria indústria cinematográfica se aproveitou dessa característica e criou um canal de áudio para as mixagens de cinema (surround) especialmente dedicado a gerar efeitos que se sentem mais do que se ouvem - o chamado canal LFE (low frequency effects), usado para tornar mais emocionantes as explosões, os motores de naves espaciais e navios, os terremotos, etc. Os DVDs de música herdaram esse canal, embora pouquíssimos instrumentos o acabem usando (o LFE no sistema Dolby doméstico é somado aos graves dos outros canais, gerando o chamado canal de subwoofer).
Normalmente, em uma mixagem os subgraves são congestionados por ruídos de baixa freqüência vindos de diversos canais. Por exemplo, ruídos estruturais, do trânsito, do ar-condicionado, sendo tipicamente uma região a ser cortada, a não ser em casos específicos. É uma ótima região para ser cortada nos equalizadores, e de fato você vai encontrar tipicamente um filtro com freqüência de corte nessa região ou numa próxima na maioria dos equalizadores.
Instrumentos e sons que podem ser importantes nessa região são os sons graves de teclados eletrônicos, órgãos de tubos e, eventualmente, bumbos e contrabaixos.
Graves
É interessante notar como os graves vieram ganhando importância ao longo dos anos. No início dos tempos do áudio era muito difícil tanto registrá-los quanto reproduzi-los. Ao longo dos anos (principalmente a partir da década de 1970), gradualmente foi ficando cada vez mais possível e cômodo levar os graves mais profundos ao consumidor final. Até bem pouco tempo, as caixas de referência de todo estúdio que se prezasse eram as Yamaha NS-10 - que não falam nos graves, mas representavam uma média do que se podia esperar que o consumidor de música tivesse em casa. Hoje em dia simplesmente não dá pra trabalhar só com elas, e monitores que respondam bem aos graves são absolutamente necessários.
Como os sons graves são muito legais, o sucesso do grave gerou o gravão, exagerado e distorcido mas muito amado. A possibilidade técnica de gravação e reprodução dos graves trouxe como conseqüência desagradável a pressão popular por mais e mais graves, o que gerou aberrações como os famosos botões de SuperBass, ExtraBass, ExtremeBass, SuperExtraExtremeBass dos walkmans.
Exageros à parte, nada como uma mix com os graves bem presentes e bem equilibrados. Essa região do espectro contém uma boa parcela de energia nas mixes e pode conduzir a excessos de nível se não tomarmos precauções. Outro fator importante a considerar: é na região dos graves que vamos encontrar os maiores problemas de acústica nas salas de mixagem. É essa sempre a região da dúvida em uma sala à qual não estejamos acostumados.
Assim, desde já desconfie da monitoração se você estiver sentindo necessidade de aumentar os graves em muitos canais, ou ao contrário, se sempre parece que o canal tem graves demais. Nessas horas, um bom analisador de espectro pode ajudar. Leve em conta também o fato de que em volumes baixos ouvimos mal os graves. Então evite mixar com volumes baixos demais ou altos demais para não errar a mão nos graves.
Instrumentos importantes nessa região são obviamente o dueto bumbo + baixo. Em música pop, eles representam a fundação que vai sustentar toda a nossa construção.
Médias Baixas
A maior parte da energia dos instrumentos comumente usados para a base das músicas se encontra nesta região, provocando facilmente um congestionamento sonoro bem desagradável. É, portanto, uma boa região para se atenuar nos equalizadores. Seu excesso acaba sendo percebido pelo ouvido como falta de médias altas e agudos, o que dá ao ouvinte a impressão de que o som está velado. Quando um instrumento soa sem peso, é esta a região a se acentuar. Por exemplo, a caixa da bateria fica bem encorpada se dermos um pouco de ganho em 250Hz.
Um bom motivo para se esvaziar um pouco esta região nos equalizadores: é lá que tipicamente se encontram as fundamentais dos instrumentos e principalmente da voz. Descongestionar as médias baixas abre caminho para que a parte mais grave de uma voz fique inteligível.
A região superior das médias baixas (entre 700 Hz e 1400 Hz) tem o som típico de rádio de carro de polícia, ou de se falar com as mãos em concha à frente da boca. Se um instrumento está soando assim, experimente atenuar essa região. Entre 1000 e 2000 Hz o som vai se tornando progressivamente mais metálico e mais irritante se colocado com muito volume.
Médias Altas
Trata-se de uma região extremamente importante em uma mixagem. Primeiro porque o pico de sensibilidade do ouvido está nesta região (entre 2 e 3 kHz mais ou menos). E também porque na sua metade superior (entre 4 e 6 kHz) se encontra a região de presença, onde os detalhes sonoros são mais bem percebidos.
Muito cuidado ao se dar ganho na região de 2 a 4 kHz de um instrumento, pois ele facilmente pode se tornar desagradável, por atuar no pico de sensibilidade humana. Não é porém uma região em que se costume atenuar muito os instrumentos, a não ser que estejam soando desagradáveis.
Os harmônicos superiores da voz se encontram na região de presença. É onde as consoantes se tornam nítidas (o que diferencia um éfi de um éssi são justamente os harmônicos desta região) e é uma ótima região para tornar uma voz ou instrumento mais definido, aparecendo mais na mixagem. Em inglês se usa muito a expressão to cut through the mix (algo como cortar através da mix) para definir o ato de tornar um instrumento mais aparente no meio dos outros. Dar ganho entre 2 e 4 kHz em um instrumento é uma boa opção para fazê-lo.
Agudos
Essa é outra região que pode ser afetada pelo jeito como estamos monitorando a mixagem. Agora não tanto pela acústica da sala, mas pelas características das caixas. Mais uma vez desconfie se você estiver puxando ou tirando agudos em todos os canais. Outro fator que pode levar a agudos em excesso é a fadiga auditiva ou a monitoração em volumes inadequados (altos demais ou baixos demais). Via de regra, escolha um volume médio para trabalhar, testando freqüentemente sua mix em volumes baixos e altos também.
Os sons que povoam essa região são normalmente de curta duração, tais como pratos, os éssis da voz e harmônicos altos de outros instrumentos. O excesso de informação nestas freqüências costuma levar ao cansaço auditivo, podendo deixar a audição da música desconfortável.
Muitos costumam chamar a região superior dos agudos (acima de 15 kHz) de ar. Nos tempos da fita analógica era tipicamente um lugar em que se tendia a acentuar nas masterizações, por causa das perdas na fita devido ao desgaste ao longo do processo de gravação e mixagem.
No caso do CD, esse extremo superior podia ser ainda problemático por ser o ponto onde o limite da freqüência de amostragem tende a causar efeitos indesejados, principalmente em conversores de baixa qualidade. Hoje em dia o estado da tecnologia evoluiu tanto que não há muita necessidade de preocupação com perdas e desvios de fase nesta região.
Mas por que afinal equalizar?
Alteramos a resposta em freqüência de um dado instrumento por três motivos básicos:
1. Para corrigir a sonoridade
2. Para favorecer regiões de seu timbre por questões estéticas ou de estilo
3. Para permitir que ele se destaque entre os outros instrumentos
Lembram do tal Efeito de Mascaramento? Pois é, ele continua pegando no nosso pé neste ponto. É basicamente por causa dele que chegamos a nosso primeiro ponto de destaque:
A soma do som mais bonito de cada canal normalmente não resulta em um bom som quando adicionado aos outros canais
O equívoco mais comum que encontro em mixadores iniciantes é esse. A primeira tentação é solar (ouvir sozinho) um canal ou pista, equalizá-lo para deixar o som o mais lindo possível, depois solar o seguinte repetindo o processo e assim por diante. O resultado em 99,9% dos casos é catastrófico! O problema básico é o tal do mascaramento, aliado ao fato de a maioria das freqüências fundamentais dos instrumentos se encontrar mais ou menos na mesma região.
Alguém outro dia comparou uma mixagem a uma pintura a óleo. Se pintamos uma árvore e depois uma casa na frente da árvore, a casa tampa a árvore e só conseguimos ver desta o que não foi obstruído pela imagem da casa. Transportando para a música, quando um instrumento tem uma região muito proeminente, ela tenderá a obscurecer a região similar dos outros instrumentos, valendo o que está mais alto.
É por isso que tomar o som mais bonito de cada instrumento não dá um bom resultado, porque muito provavelmente as freqüências que embelezam o som de cada um deles serão as mesmas e haverá congestionamento em certas regiões.
Podemos também imaginar o espectro de freqüências também como dividido em dezenas de pequenas gavetas. Cada instrumento pode ocupar diversas gavetas, mas cada gaveta só poderá ser ocupada por um instrumento. Por exemplo, no bumbo da bateria são importantes a região grave (a ressonância do tambor - 60 a 120 Hz) e a região de médias altas (em que estará a macetada na pele - ou kick - 3 a 4 kHz). As regiões intermediárias não são tão importantes, sendo muito comum a gente encontrar um ponto entre 400 e 600 Hz onde se pode atenuar fortemente, melhorando bastante o resultado. Com isso, ocupamos as gavetas importantes e esvaziamos gavetas que não nos interessam.
É claro que o processo de mixagem não é matematicamente previsível, e não adianta ficarmos tentando fazer um gráfico de qual instrumento vai aonde. É melhor apenas lembrarmos dessas analogias e, entendendo o processo, usarmos nossa musicalidade e bom gosto para construir nossa mix.
Uma das frases que mais me causam dores de cabeça em uma mixagem é: - Sola o meu violão!
Isso porque, em nome de fazer todo mundo aparecer em uma mixagem com banda, temos que dar uma emagrecida no som do violão, deixando praticamente só a sua região de médias altas. Ouvido solado, o som é ruim, magrinho demais, porém dentro da mixagem ele se comporta muito bem.
Tem também o tenebroso Coeficiente QS, coeficiente de quantas vezes alguém falou "Que Sonzão!" quando ouviu um determinado instrumento durante o processo de gravação. Instrumentos com alto coeficiente QS costumam dar problemas nas mixes, porque todos vão continuar querendo que ele tenha o seu sonzão, mas provavelmente não haverá lugar na mix para isso.
Em resumo, para equalizar um instrumento em uma mix, minha sugestão é:
1. Atenue regiões de freqüência que o instrumento não usa, tipicamente através dos filtros de baixas e altas
2. Ache um ponto nas freqüências em que o instrumento soe bem feio e o atenue; este lugar estará comumente localizado nas médias baixas, mas nem sempre. Use um Q médio nesses casos; não se assuste se forem necessárias atenuações bem fortes
3. Encontre agora um ponto em que, através do uso de um Q baixo e com um leve ganho, haja uma melhoria no som do instrumento; neste caso os ganhos costumam ser não muito altos
4. Compare com o equalizador desligado e verifique se o som melhorou mesmo ou não
5. Esteja preparado para, ao longo da mix, ter que alterar essa equalização para evitar a briga com outros canais
Claro que o processo acima é um caso genérico, não sendo uma receita de bolo, só um ponto de partida.
Alguns Conselhos Práticos* Em um equalizador, a gente tem sempre duas opções - atenuar o que é ruim ou acentuar o que é bom. Por exemplo, imagine que existe um excesso de médias baixas. Você pode atenuar as médias baixas e aumentar o volume geral - ou acentuar graves, médias altas e agudos e abaixar o volume geral. Gosto mais do primeiro processo porque leva a um melhor controle do nível geral e tende a introduzir menos ruídos no sinal.
* Se você estiver dando ganho demais em uma determinada região, está acontecendo algum problema: ou a freqüência a acentuar não é esta, ou o instrumento não fala nesta região, ou alguém cortou exageradamente essa região na gravação. Experimente mudar a freqüência ou inverter o processo, atenuando as outras regiões e aumentando o nível geral.
* Se você estiver acentuando ou atenuando a mesma freqüência em vários instrumentos, desconfie da monitoração ou da acústica da sala de mixagem ou de onde foi gravado; ouça em outros lugares ou em um local familiar, ou mesmo de fone.
* Equalizador não é substituto para um instrumento mal gravado, um arranjo mal-feito ou coisas do gênero, mas como já estamos na etapa de mixagem, muitas vezes é a única ferramenta de que dispomos para corrigir estes problemas.
Tabela de regiões
Veremos agora uma tabela que resume algumas características de cada oitava do espectro de freqüências e os termos usados no estúdio para definir sua falta ou excesso em mixagens. Isso pode ajudar quando alguém diz que sua voz soa fanha.
TABELA 1

Por onde eu começo?
Esta é a pergunta que todo mundo se faz quando tem um canal a equalizar. A experiência vai ajudá-lo a se orientar, mas como ponto de partida, eu e Guilherme Reis demos uma ampliada na tabela do Gars Kulka, acrescentando também instrumentos brasileiros. Lembre que os valores e comentários abaixo tentam ser apenas pontos de referência e muitas vezes você vai querer fazer justamente o oposto do que sugerimos. Sinta-se livre para experimentar.
TABELA 2

TABELA 3

TABELA 4

Mixagem - por Fábio Henriques
Se você tem interesse em trabalhar com produção musical, engenharia de som ou masterização tem que conhecer os segredos da Mixagem.
São poucos os lugares que oferecem um serviço prático e direto quando o assunto é teoria musical e para os amigos autodidatas de plantão, tenho uma dica interessante.
Um amigo de profissão, o engenheiro de som Fábio Henriques, lançou por volta de 2007 se não me engano um livro que foca exatamente naquilo que nos interessa: os segredos de uma boa mixagem.
Afinal, qual é o segredo de uma boa mixagem? Ou melhor: uma boa mixagem tem segredo? Como o próprio Fábio Henriques, diz, de todos os processos envolvidos na gravação musical, a mixagem é provavelmente o mais artístico. "Não existe nenhum limite para o que se pode fazer numa mix." O importante é conhecer as ferramentas para chegar ao resultado desejado - que pode ser, basicamente, qualquer um!
Esse é o papel deste Guia de Mixagem, em que o autor aborda cada etapa - com princípios, tendências, dificuldades e truques - do processo de mixar uma canção, além de dicas de equipamento e técnicas. O livro é o primeiro produzido no Brasil sobre o assunto e traz uma linguagem simples com informações que servem tanto a profissionais quanto a músicos e técnicos que estão montando seu home studio. Ou seja, se uma boa mixagem tiver segredo, ele está nestas páginas.
Esse é o papel deste Guia de Mixagem, em que o autor aborda cada etapa - com princípios, tendências, dificuldades e truques - do processo de mixar uma canção, além de dicas de equipamento e técnicas. O livro é o primeiro produzido no Brasil sobre o assunto e traz uma linguagem simples com informações que servem tanto a profissionais quanto a músicos e técnicos que estão montando seu home studio. Ou seja, se uma boa mixagem tiver segredo, ele está nestas páginas.
Fábio Henriques tem 45 anos e trabalha como engenheiro de som há 14. No final dos anos 90, criou, na Escola Rio Música, o curso de Técnicas de Gravação, um dos primeiros da área no país. Depois de realizar projetos em estúdios como Discover, AR e Nas Nuvens, hoje é o responsável pelas gravações da gravadora católica Canção Nova. Este é seu primeiro livro.

Vale a pena conhecer!
Mais sobre o Tango Eletrônico - Bajofondo
Já apresentei aqui anteriormente um grupo do qual eu gosto bastante e que trabalha com um estilo musical bem particular. É o Gotan Project com o seu tango eletrônico. Acho bem inusitada essa idéia de mixar os ritmos de dança de salão com a modernidade do eletrônico, e o resultado disso foi um ritmo deveras bem interessante.
Outro grupo que faz um trabalho de impacto e que assemelha-se bastante ao Gotan Project é o Bajofondo, formado por músicos contemporâneos argentinos e uruguaios. O grupo ficou conhecido com a música 'Pa Bailar', tema de abertura da novela A Favorita, exibida pela Rede Globo de televisão.
Abaixo seguem dois videoclipes da música. O primeiro mostra alguns passos de danc music incorporando o ritmo do tango eletrônico, e o segundo conta com a participação da cantora Julieta Venegas dando voz à melodia ritmada.
Trabalho de excelente qualidade, vale a pena conhecer outras músicas deste grupo.
Outro grupo que faz um trabalho de impacto e que assemelha-se bastante ao Gotan Project é o Bajofondo, formado por músicos contemporâneos argentinos e uruguaios. O grupo ficou conhecido com a música 'Pa Bailar', tema de abertura da novela A Favorita, exibida pela Rede Globo de televisão.
Abaixo seguem dois videoclipes da música. O primeiro mostra alguns passos de danc music incorporando o ritmo do tango eletrônico, e o segundo conta com a participação da cantora Julieta Venegas dando voz à melodia ritmada.
Pa' Bailar (Tanguera Electronica) - Bajofondo
Pa' Bailar - Bajofondo e Julieta Venegas
Trabalho de excelente qualidade, vale a pena conhecer outras músicas deste grupo.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Ke$ha
Musicalmente falando eu não gosto muito do estilo da Kesha, porém, acredito que ela faça bem o seu trabalho. Assim como Lady Gaga, aliás, acredito que a garota deva ter se inspirado bastante nos looks e estilo espalhafatosamente peculiar de Gaga, apenas carregando-o com um tom mais trash e menos glamouroso. Enfim, assim como a Lady do pop, Kesha faz uso de excelentíssimos vermes de ouvido que fazem com que suas canções fiquem empregnadas na mente dos ouvintes.
É sras e srs, estamos falando de sucessos como Tik Tok e Blah Blah Blah. Nomes conotativamente infantis e despretenciosos mas que mixados com um simples sampler adquirem o poder de grudar no seu cérebro e te fazer cantarolar durante horas a fio. Acho que esse poderia ser considerado um dos grandes segredos da música. rs.
Outra grande sacada da cantora é o fugurino audacioso, lembra muito dos anos 80 eu diria.

O estilo rebelde dá voz a uma geração de jovens despretenciosos e enérgicos, bem naquela linha do "sexo, drogas e rock'n'roll". Acho interessante isso, afinal, todos nós temos um pouco desse sangue rebelde correndo nas veias.
Embora esse estilo rebelde da música seja um dos grandes modismos fonográficos, não é qualquer artista que consegue incorporar essa personalidade. É preciso ter atitude, e é esse tipo de atitude que Kesha consegue transmitir. As vezes dá para olhar para ela e realmente imaginá-la escovando os dentes com Jack Daniels.

A garota diz que intimida os homens, e não é difícil imaginar o porquê. Kesha me faz lembrar a saudosa Madonna dos anos 80 em certos momentos. Apesar de simpatizar com algumas particularidades da irreverência de Kesha, acredito que ela não passe de outro ícone modista, muito distante de ser uma precursosa de estilo, assim como foram Madonna e Cindy Lauper. É como eu disse em outra ocasião, acredito que hoje em dia não haja artista com porte para ocupar o papel de precursor de estilo e ser o marco de uma geração. Há uma carência de talento na geração atual.
Tik Tok - Ke$ha
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Justin Bieber
Meninas do meu Brasil e de outros cantos do mundo também, infelizmente! WHAT THE FUCK ARE THIS???
Eu não consigo acreditar que exista uma geração de mulheres capazes de suspirarem por um guri tão... sem graça? Pra não dizer outras coisas, definirei o furacão Justin Bieber em quatro palavras: marketing, patrocínio, petulância e sarrismo.
Senhoras e senhores, como bom músico que sou vos digo que literalmente me doem os ouvidos quando eu ouço uma pequena multidão de guriazinhas estéricas gritando "aaaaaaaaaaaaah, Justiiiiiiiiiiiiinnnnn!!! loookkkk at meeeeee, pleeeeeeeeease!" Ow God, chega a ser desanimador. O mesmo se repete em tantos outros idiomas e eu pergunto a mim mesmo: "what the fuck?".
Nunca entendi como certas coisas conseguem fazer sucesso. Aliás... entendo e muito bem.
A indústria fonográfica é notoriamente um negócio de grande pico, que faz girar centenas de bilhões de dólares todos os anos. Para manter aquecida essa indústria, as maiores produtoras tem de lançar alguns artistas anualmente para fazer girar a economia. Estamos falando de acessoria de imprensa, mídia publicitária, escândalos, lançamento de moda, volta de produtos e jargões etc, etc, etc.
Te parece complicado? Então vou explicar melhor.
Quando uma produtora lança um artista ela não está apenas investindo em uma pessoa que ela acredita ter potecial para ser um grande sucesso. É muito mais do que isso. A produtora escolhe a dedo o artista que ela quer lançar de acordo com a tendência do mercado naquela determinada situação, logo, música também requer uma estratégia administrativa, análise de mercado e previsão da demanda de determinado produto.
Lançaram Justin Bieber. Que lindo!
Ouvi boatos de que o guri foi descoberto por conta de um vídeo que seus pais postaram no youtube. As pessoas viram e se encantaram com a bela voz do piá de rostinho angelical e nariz bem definido. Que gracinha! Em pouco tempo ele aparece como o novo grande fenômeno da música pop, fazendo shows, turnês incríveis pelo mundo, clipes com uso de tecnologia de ponta e aparecendo ao lado de nomes consagrados como Usher e Ludacris e ainda por cima como o galã da mulherada. É Jay-Z, você que se cuide porque até da Beyoncé ele deu em cima.
Mas afinal, o que fizeste tu e tantos outros preferirem Justin Bieber a tantos outros adolescentes ou crianças dignos do mesmo talento (ou até superior)? A resposta é simples: influência da mídia.
Ninguém de respaldo twitou falando bem da Mariazinha ou do Joãozinho, e sim do Justin Bieber. Ninguém patrocinou os pequenos primeiros shows da Aninha ou do Luizinho nos shoppings de elite ou para abrir shows de estrelas consagradas, mas sim o Justin Bieber. Ninguém estava na TV apontando para ti e dizendo "goste da Sophia ou do pequeno Caio porque eles são bons", mas sim o Justin Bieber. Por fim, ninguém começou a tocar nas rádios desesperadamente as músicas da Luíza ou do Antônio para que você tivesse a ilusão de que "porra, todo mundo anda escutando isso? então deve ser bom!!", mas sim o Justin Bieber.
Resumindo, você acaba absorvendo tudo isso por osmose. O meio em que você vive anda tão saturado de Justins que ele acaba entrando no seu cérebro e quando você menos perceber vai estar cantando "baby, baby, baby, ooohh" e passando para frente toda essa falta de musicalidade de um artista pré-fabricado pela indústria cultural (é, tu achaste que ela tinha acabado? engano o teu!).
Eu não gosto e não apóio artista sem talento. Acredito em sonhos, porém sonhos não podem ser construídos por pessoas vazias. Quem nunca correu atrás de um sonho, nunca idealizou, nunca teve a porta batendo na cara não tem conteúdo suficiente para enfrentar um palco. Músico vazio não existe. O que existe é uma imagem que a mídia tenta vender à vocês como forma de modelo a ser seguido.
Infelizmente, tem muita gente compando por aí...
História da Música
Breve texto que me apresentaram. Li, concordei com algumas coisas, achei interessante, portanto, indico.
Podemos dizer que a “Música” é a arte de combinar os sons e o silêncio. Se pararmos para perceber os sons que estão a nossa volta, concluiremos que a música é parte integrante da nossa vida, ela é nossa criação quando cantamos, batucamos ou ligamos um rádio ou TV. Hoje a música se faz presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação universal, é utilizada como forma de “sensibilizar” o outro para uma causa de terceiro, porém esta causa vai variar de acordo com a intenção de quem a pretende, seja ela para vender um produto, ajudar o próximo, para fins religiosos, para protestar, intensificar noticiário, etc.
Das grandes civilizações do mundo antigo, foram encontrados vestígios da existência de instrumentos musicais em diferentes formas de documentos. Os sumérios, que tiveram o auge de sua cultura na bacia mesopotâmia a milhares de anos antes de Cristo, utilizavam em sua liturgia, hinos e cantos salmodiados, influenciando as culturas babilônica, caldéia, e judaica, que mais tarde se instalaram naquela região.
A cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C., alcançou um nível elevado de expressão musical, pois era um território que preservava a agricultura e este costume levava às cerimônias religiosas, onde as pessoas batiam espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam harpas, percussão, diferentes formas de flautas e também cantavam. Os sacerdotes treinavam os coros para os rituais sagrados nos grandes templos. Era costume militar a utilização de trompetes e tambores nas solenidades oficiais.
Na Ásia, a 3.000 a.C., a música se desenvolvia com expressividade nas culturas chinesa e indiana. Os chineses acreditavam no poder mágico da música, como um espelho fiel da ordem universal. A “cítara” era o instrumento mais utilizado pelos músicos chineses, este era formado por um conjunto de flautas e percussão. A música chinesa utilizava uma escala pentatônica (cinco sons). Já na Índia, por volta de 800 anos a.C., a música era considerada extremamente vital. Possuíam uma música sistematizada em tons e semitons, e não utilizavam notas musicais, cujo sistema denominava-se “ragas”, que permitiam o músico utilizar uma nota e exigia que omitisse outra.
A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na Antiguidade Clássica. São poucas as peças musicais que ainda existem deste período, e a maioria são gregas. Na Grécia a representação musical era feita com letras do alfabeto, formando “tetracordes” (quatro sons) com essas letras. Foram os filósofos gregos que criaram a teoria mais elaborada para a linguagem musical na Antiguidade. Pitágoras acreditava que a música e a matemática formavam a chave para os segredos do mundo, que o universo cantava, justificando a importância da música na dança, na tragédia e nos cultos gregos.
Hoje é possível dividir a história da música em períodos específicos, principalmente quando pretendemos abordar a história da música ocidental, porém é preciso ficar claro que este processo de fragmentação da história não é tão simples, pois a passagem de um período para o outro é gradual, lento e com sobreposição. Por volta do século V, a igreja católica começava a dominar a Europa, investindo nas “Cruzadas Santas” e outras providências, que mais tarde veio denominar de “Idade das Trevas” (primeiro período da Idade Média) esse seu período de poder.
A música renascentista data do século XIV, período em que os artistas pretendiam compor uma música mais universal, buscando se distanciarem das práticas da igreja. Havia um encantamento pela sonoridade polifônica, pela possibilidade de variação melódica. A polifonia valorizava a técnica que era desenvolvida e aperfeiçoada, característica do Renascimento. Neste período, surgem as seguintes músicas vocais profanas: a “frótola”, o “Lied” alemão, o Villancico”, e o “Madrigal” italiano. O “Madrigal” é uma forma de composição que possui uma música para cada frase do texto, usando o contraponto e a imitação.
Os compositores escreviam madrigais em sua própria língua, em vez de usar o latim. O madrigal é para ser cantado por duas, três ou quatro pessoas. Um dos maiores compositores de madrigal elisabetano foi Thomas Weelkes.
Após a música renascentista, no século XVII, surgiu a “Música Barroca” e teve seu esplendor por todo o século XVIII. Era uma música de conteúdo dramático e muito elaborado. Neste período estava surgindo a ópera musical. Na França os principais compositores de ópera eram Lully, que trabalhava para Luis XIV, e Rameau. Na Itália, o compositor “Antonio Vivaldi” chega ao auge com suas obras barrocas, e na Inglaterra, “Haëndel” compõe vários gêneros de música, se dedicando ainda aos “oratórios” com brilhantismo. Na Alemanha, “Johann Sebastian Bach” torna-se o maior representante da música barroca.
A “Música Clássica” é o estilo posterior ao Barroco. O termo “clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão da mais alta classe. Este período da música é marcado pelas composições de Haydn, Mozart e Beethoven (em suas composições iniciais). Neste momento surgem diversas novidades, como a orquestra que toma forma e começa a ser valorizada. As composições para instrumentos, pela primeira vez na história da música, passam a ser mais importantes que as compostas para canto, surgindo a “música para piano”. A “Sonata”, que vem do verbo sonare (soar) é uma obra em diversos movimentos para um ou dois instrumentos. A “Sinfonia” significa soar em conjunto, uma espécie de sonata para orquestra. A sinfonia clássica é dividida em movimentos. Os músicos que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia clássica foram Haydn e Mozart. O “Concerto” é outra forma de composição surgida no período clássico, ele apresenta uma espécie de luta entre o solo instrumental e a orquestra. No período Clássico da música, os maiores compositores de Óperas foram Gluck e Mozart.
Enquanto os compositores clássicos buscavam um equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade, os compositores do “Romantismo” pretendem maior liberdade da estrutura da forma e de concepção musical, valorizando a intensidade e o vigor da emoção, revelando os pensamentos e sentimentos mais profundos. É neste período que a emoção humana é demonstrada de forma extrema. O Romantismo inicia pela figura de Beethoven e passa por compositores como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss, entre outros. O romantismo rendeu frutos na música, como o “Nacionalismo” musical, estilo pelo qual os compositores buscavam expressar de diversas maneiras os sentimentos de seu povo, estudando a cultura popular de seu país e aproveitando música folclórica em suas composições. A valsa do estilo vienense de Johann Strauss é um típico exemplo da música nacionalista. No Brasil, Villa Lobos é nosso maior representante.
O século XX é marcado por uma série de novas tendências e técnicas musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações que ainda encontra-se em curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes já se estabeleceram no decorrer do século XX. São elas: Impressionismo, Nacionalismo do século XX, Influências jazzísticas, Politonalidade, Atonalidade, Expressionismo, Pontilhismo, Serialismo, Neoclassicismo, Microtonalidade, Música concreta, Música eletrônica, Serialismo total, e Música Aleatória. Isto sem contar na especificidade de cada cultura. Há também os músicos que criaram um estilo característico e pessoal, não se inserindo em classificações ou rótulos, restando-lhes apenas o adicional “tradicionalista”.
Pop Music - Michael Jackson
Louco? Um gênio? Desesperado? Insano? Talentoso?
- Billie Jean
É, acho que essas são apenas algumas das inúmeras definições que cabem a Michael Jackson. Certamente o artista mais controverso dos últimos tempos, o Rei do Pop (e esse eu faço questão de frisar que de fato merecera o título) teve uma vida cercada de mistérios e contos fabulosos, alguns deles com um ponto de interrogação até hoje.
Não vou me prender aqui narrando a história de vida de Michael Jackson mesmo porque isso muitos de vocês já sabem. Caso não saibam mas tenham interesse em conhecer cá está: Who's bad?
Como músico é impossível não admirar o talento assombroso de Michael Jackson. Cantor, compositor, produtor, bailarino entre outras coisas, parece que tudo que Michael fazia, fazia com perfeição. Acredito que muito disso deva-se ao fato de que Jackson cobrava muito de si mesmo, provavelmente pela maneira como fora educado pelo ardiloso pai que sempre o incentivou e cobrou muito do garoto desde que tinha seus 5 anos de idade.
Entre mortos e feridos (e bem feridos diga-se de passagem), o garoto cresceu e, sem nenhuma força de expressão, dominou o mundo da música e ganhou o merecido título de Rei do Pop.
Ultimamente tenho visto muitas comparações de outros artistas com Jackson mas em minha opinião qualquer artista dessa nossa nova era está longe, repito, muito longe de alcançar sequer um lugar junto à sombra do fenômeno Michael.
Justin Bieber, Justin Timberlake, Lady Gaga, Jonas Brothers e tantos outros nomes por aí... sinto muito. Vocês são apenas modismos de uma geração que não tem mais ninguém que seja grande o bastante para ser admirado.
Na minha época, para você ser considerado um bom músico você tinha que entender de música. Não falo ser formado, ter um diploma de graduação nem uma lista de cursos tecnológicos e outras modernidades dessas, mas sim de sentimento. Ser músico é ter a capacidade de sentir a música, saber que aquilo que fazemos não é apenas um conjunto de palavrinhas com um ritmo pra mexer quadris. Fazer música é conseguir expressar sonoramente aquilo que você sente e influenciar pessoas para que se sintam como você, é fazê-las partilhar do seu momento, e nisso Michael Jackson era mestre.
Posso citar aqui uma lista gigantesca das músicas de Jackson que escuto com frequência, mas as minhas preferidas e as que mais recomendo são as seguintes:
- Heal the World e Man In The Mirror
Essas são duas músicas bem ideológicas onde Michael deixa uma mensagem clara: é hora de salvar o mundo. Acho inteligível tal percepção visto que 9 em cada 10 pessoas está sempre reclamando de alguma coisa. Ora é o governo, a falta de dinheiro, a insegurança, a violência. Não estamos mais aguentando tantas catástrofes acontecendo dia após dia, e o que fazer para mudar isso? A grande mudança que queremos ver no mundo começa em nós mesmos.
A primeira aborda a temática num prisma mais amplo, com a intenção de dispertar o interesse das pessoas em abraçar a causa do mundo e ajudar a resgatá-lo de seu trágico fim que está por vir (interessante reflexão já que 2012 está próximo hein?), já a segunda trata mais da mudança do ser humano como princípio da grande mudança exterior que engloba a sociedade geral. Tu és um sociólogo nato querido Jackson.
Heal The World
(Faça do mundo um lugar melhor pra mim, pra você e para toda a raça humana)
Man In The Mirror
(Se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para você mesmo e faça aquela mudança!)
- Billie Jean
Conheci muitos artistas que costumo chamar de músicos de prateleira. Eles vêem os equipamentos numa loja qualquer, compram, começam a dedilhar seu violão nos intervalos da faculdade apenas para atrair um certo número de gurias a seu redor, entretanto não tem idéia alguma do que aquele instrumento realmente pode fazer. A maioria desses artistas desconhece o som de boa parte dos instrumentos que usamos e me lembro até hoje quando um deles me perguntou: "Palazzo, que diferença o som do baixo faz em um arranjo?".
O baixo é a alma da música, ele dá o ritmo e o compasso. Sabe aquela vontade boba de mexer o corpo enquanto escuta os acordes tocando? Isso é baixo. Mas, se você quer conhecer e sentir na pele esse efeito, te dou a receita: Escute BILLIE JEAN de Michael Jackson.
Lançado em 1983, foi o primeiro clipe de um músico negro a ser veiculado na MTV e os acordes do início da música são embalados por um som de baixo que fazer qualquer um querer aprender a tocar. Fabulous!
Billie Jean
(primeiro clipe de um músico negro a ser veiculado pela MTV, em 1983)
- Smooth Criminal
O clipe dessa música marcou todo um estilo de uma época. As roupas e o "quê" de mafioso que Jackson apresentara nessa turnê fizeram a cabeça da mulherada e marcou a volta do estilo vintage nas coreografias cenografias e até mesmo nas composições. A turnê Smooth Criminal vendeu milhões de ingressos e o clipe apareceu no filme Moonwalker (1988) de Jackson no qual ele exibe um de seus mais famosos passos de dança: o Moonwalk. Essa música particularmente me lembra a minha Annie. rs, tenho um caso de adoração especial por ela por conta das lembranças.
Smooth Criminal
(Annie are you ok??)
São vários os acontecimentos bizarros em torno da vida de Michael Jackson, mas a verdade é que ele continua fazedo sucesso e sendo grande fonte de inspiração para os mais diversos músicos mesmo 2 anos após a sua morte.
O filme póstumo This Is It mostrou os bastidores da preparação do show que ele pretendia realizar. Uma turnê de 50 shows que marcariam a sua aposentadoria como músico. Só pelo filme deu pra ver que seria alta classe, também, não tinha como esperar nada abaixo disso vindo de Michael.

quarta-feira, 22 de junho de 2011
E vamos falar de pop: Katy Perry
Definitivamente, a Katy Perry sempre me ganha pelo momento!
Nenhuma, absolutamente NENHUMA das músicas dela me agrade de primeira mas, de repente, escuto num momento qualquer, numa ocasião qualquer, sem querer.. e penso "poxa, até que não é tão ruim".
Eu sei que uma música me ganha quando eu penso em baixar para ouvir melhor. O casamento acontece quando ela sai do HD e vai para o ipod.
Atualmente não estou com nenhuma música da Katy em meu ipod mas ontem me veio uma vontade insana de escutar Teenage Dream, tanto que escutei pelo youtube do Iphone.
Da Katy gosto mais propriamente dito do estilo da garota do que das músicas em si. Gosto dessa linha pin up que ela faz, dá um ar de mulher fina, elegante e ela é uma das poucas mulheres que conseguem representar com classe esse papel.
A primeira música que ouvi de Katy foi a badalada I kissed a girl, onde a moça faz clara apologia ao lesbianismo. Não sou nada a favor dessas ideologias de incitação ao homossexualismo, também não sou preconceituoso, longe de mim. Não tenho nada contra nem desmereço ninguém em função de sua opção sexual, mas não concordo em nada com essa idéia que a mídia está gravando na cabeça das pessoas de que homossexualismo é normal.
A resposta é a seguinte: NÃO, homossexualismo não é normal. Não incentivo, não concordo e não apóio nenhuma campanha que trate homossexualidade como um fenômeno da atualidade. Em minha opinião o que a mídia vem praticando com vossas mentes é pura lavagem cerebral. Eles tentam mascarar em novelas, filmes, músicas, propagandas e etc e tal a idéia de que o mundo mudou e o normal é você ser adepto da tal geração flex. Ser bissexual é a nova moda. Legal, se moda valesse alguma coisa não estaria em constante mudança. Os que prevalecem são aqueles que tem estilo por isso acorde. Não viva esse engano que a mídia te propõe, seja apenas o que você quiser.
Sorry Katy, mas a idéia de I kissed a girl não me parece uma good idea, apesar de a música ter um ritmo meio descontraído, rs. Ela atraiu em grande parte a atenção dos pré-adolescentes adeptos dessa geração flex.
O que eu gosto é que Katy faz uma linha divertida, ela não usa esterótipos de mulher para ser desejada a todo momento. Ela nã é aquela mulher sexy com o vestido vermelho com quem você tem vontade de dormir só de trocar um olhar com ela. Ela é a garota que te faz rir e que conquista pelo estilo suntuoso. Very nice!
Músicas da Katy que vale a pena serem conhecidas:
- Firework
- Wake up in Vegas
- Teenage Dream
- California Girls
Teenage Dream
California Girls
Ainda sobre o pop: Christina Aguilera
Como falei de Britney Spears não seria justo deixar de lado a coleguinha de classe dessa garota. Christina Maria Aguilera, ou simplesmente Christina Aguilera passou pela mesma linha do tempo que a princesinha do ppop (princesinha? Sinceramente não sei como ela conseguiu chegar tão longe..).
O primeiro álbum de Aguilera levou o nome da cantora e contou com os sucessos Genie in a bottle, Come on over e I turn to you. Diferente de Britney Spears, Christina Aguilera é dona de uma das vozes mais ricas que conheci na atualidade. Com um vocal de subtom ela dá inveja a qualquer afro descendente com a potência de seu timbre e faz a gente gritar até ficar rouco (ou louco?) tentando acompanhar a emoção que ela transmite em cada nota mais elevada de suas músicas. Quer sentir o efeito? Escute I turn to you ou Reflection. É o fino do fino.
O segundo álbum de Christina foi uma homenagem às origens latinas da cantora e foi praticamente uma regravação do primeiro álbum com excessão de algumas novidades, todas gravadas em espanhol. Aí ela novamente soltou a voz interpretando Pero me acuerdo de ti e Beso del final. Muy guapo el trabajo!
O terceiro álbum marca a sexy revolution: Stripped. Esse álbum foi a grande libertação de Aguilera, pelo menos foi assim que ela o julgou na época. Christina fez questão de ostentar a imagem sensual e sexual durante as turnês embaladas principalmente pelo enredo de Dirty, Stripped e Cant hold us down. Muita voz, muita orgia e pouquíssima roupa marcaram esse álbum, os clipes e os shows.
Depois de Stripped o sucesso de Christina caiu. O último álbum bem comentado dela foi o Back to Basics, lançado em 2006. Nessa época ela estourou com o sucesso Candy man. Aí é que eu vejo a evolução de Christina em comparação à Britney Spears. Ela teve o seu momento sexy star e superou isso. Ela continua com a linha sensual, porém hoje ela faz a linha mulher misteriosa, envolvente, glamourosa. Britney preferiu continuar com a imagem de puta rebelde ali da esquina do barzinho.
Para escutar:
Genie In A Bottle
do álbum Christina Aguilera, onde a cantora ainda fazia a linha levemente sedutora
Dirty
do álbum Stripped, marcou o sex simbol Christina Aguilera
Candy Man
do álbum Back to Basics, marca a evolução musical de Chris, onde ela encara os 50's na veia
(clássico sempre é um acerto. rs)
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