Tenho alguns amigos e conhecidos que se aventuram como Mc's no estilo funk. Chego a me animar quando vejo alguns sons produzidos ou interpretados por eles, são de boa qualidade no quesito musicalidade.
Apesar de não ser meu gênero musical preferido, respeito o funk em todas as suas vertentes e sim, acredito que ele em alguns aspectos tem mesmo a cara do Brasil. O que muitos não sabem é que o funk de raiz não advém dos morros cariocas e nem se resume apenas num singelo verso de "paraparapapa papapa papá" qualquer.
O funk como nós brasileiros conhecemos, associado com o erotismo e a realidade um tanto quanto criminal nasceu por volta dos anos 80, com o logo uso de samplers e baterias eletrônicas, onde os Mc's da época foram incorporando beats mais eletrônicos às suas composições e deixaram de lado os instrumentais acústicos da primeira geração do ritmo.
Mas aí tu me perguntas: "e onde raios surgiu o funk?"
O funk é um estilo característico da música negra norte-americana e foi disseminado por nada mais nada menos que o mestre James Brown. É amigo, não vá achando que é pouca coisa não!
Se tu és brasileiro, vai achar estranho a associação de James Brown com o funk, mas é exatamente isso. Em seus primórdios, o funk surgiu como um ritmo sincopado, com guitarras e vocais potentes, com forte e rítmica secção de metais, percurssão marcante e dançante. Na verdade, esse estilo se identificava principalmente pela irreverência das composições, com suas sensações de libertação e extravagância artística (para quem não conhece vale a pena procurar alguns vídeos antigos e acompanhar as performances do mestre Brown, Maceo Parker, Melvin Parker e Bar-Kays!).
As caracterizações dos artistas eram extravagantes e psicodélicas, com diversos movimentos corporais eróticos e muita atitude positiva, enchendo o público de boas vibrações com seu estilo "cool".
Com forte influência do jazz, o funk foi associado primeiramente por alguns músicos negros norte-americanos com um ritmo mais suave. Posteriormente passou a identificar um ritmo mais intenso, agitado, sexy, solto e, devido a associação da palavra "funk" com as relações sexuais, o ritmo foi orientado para frases musicais repetidas (os chamados riffs) e, principalmente, dançantes.
Nas jam sessios, os músicos costumavam encorajar outros a apimentar mais as músicas dizendo "Now, put some funk on it!" , algo como "põe mais funk nisso!".
No início dos anos 60 o funk tornou-se um amálgama do Soul, Jazz e R&B e nos anos 80 o ritmo tradicional perdeu um pouco da popularidade nos Estados Unidos à medida em que as bandas foram se tornando mais comerciais e as músicas mais eletrônicas. Começaram então a surgir seus derivados, o rap e o hip hop. No final dos anos 80 partes de antigos sucessos de James Brown foram copiados e acrescidos de novos samplers, dando origem ao mais novo fenômeno das pistas de dança: a House Music.
Acima, para quem não conhece, vai uma das canções mais populares do mestre James Brown, ao lado de I Feel Good e Get On Up.
No Brasil um dos exemplos desse funk tradicional seria o também saudoso Tim Maia e Jorge Benjor, que mixaram com perfeição o funk, o black, o soul e o jazz e ainda acrescentaram a tudo isso uma pitada de brasilidade, incorporando elementos do nosso samba de raiz. O resultado não poderia ser melhor!
Agora que tu conheces um pouco mais da vasta história do funk tenho certeza que vai pensar melhor antes de discriminar o ritmo só por associá-lo ao funk carioca!
O funk do Rio de Janeiro é bastante discriminado principalmente pela elite intelectual do nosso próprio país mas, acredito que, assim como aconteceu com o samba logo em seus primórdios, seja possível filtrar muito desse ritmo já tão popular e conseguir consagrá-lo como cartão postal brasileiro.
Namastê. =]
DESCOBERTA DO DIA: TIM MAIA É FUNK!!!! =OOOOOOOO
ResponderExcluirEU NAO FAZIA IDEIA VIII =OOO
victor montenegro , trabalho classe A
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